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Redação

contato@acessepiaui.com.br

10/06/2019 - 11h12

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10/06/2019 - 11h12

BANCOS COMUNITÁRIOS | Piauí tem quatro municípios com moeda própria

A Piauí Fomento já investiu mais de R$ 300 mil em crédito via bancos comunitários.

 

 

Em um cenário econômico nacional pouco promissor, o Piauí dá exemplo e estimula o empreendedorismo por meio da Agência de Fomento e Desenvolvimento do Estado do Piauí - Piauí Fomento, com experiências de êxito junto aos bancos comunitários que vêm gerando resultados positivos no interior. No estado, a primeira experiência de banco comunitário ocorreu em São João do Arraial, o Banco Cocais, inaugurado no dia 2 de dezembro de 2007.

No estado ainda existem os bancos Rede Opala, em Pedro II; Banco Retiro, em Esperantina; e Porto Marruás, na cidade de Porto. Cada um com suas moedas próprias.

Mauro Rodrigues, coordenador do Banco Cocais, diz que em 2018, essas instituições fizeram parceria com a Piauí Fomento. “Assim, funcionamos como uma espécie de braço da agência nessas cidades”, diz o coordenador, citando que em São João do Arraial, Cocais é o nome da moeda local; em Pedro II, a moeda é a Opala; em Esperantina é Longá; e em Porto, o nome da moeda é Marruás.

“Não trabalhamos com correntistas, não abrimos conta e não usamos o sistema financeiro”, diz Mauro, afirmando que a instituição é gerida por uma organização constituída por várias empresas e pessoas. “O que fazemos é ser um facilitador na elaboração de propostas, projetos e orientamos na busca por créditos e prestação de contas”, declara Rodrigues, enfatizando que orienta na obtenção de créditos e economia solidária.

A parceria entre bancos comunitários e a agência de fomento tem garantido crédito para pequenos empreendimentos seja para estruturação do negócio ou capital de giro. Nessa modalidade de negócios, os financiamentos contemplam tanto grupos de pessoas como individuais. “Trabalhamos com moeda local com a finalidade de incentivar o desenvolvimento local e fazer circular as riquezas no município”, diz Mauro, esclarecendo que é feito um trabalho burocrático, como o recolhimento de documentos, elaboração da proposta, visita técnica e, a partir dessas etapas, os projetos são enviados para Piauí Fomento, que faz análise e dá um retorno sobre a liberação, ou não, da linha de crédito.

A cooperação começou ano passado e tem gerado bons resultados, pois, segundo Luís Carlos Ewerton, diretor-presidente da Piauí Fomento, a taxa de inadimplentes até agora é zero e, atuar em conjunto com os bancos comunitários, foi uma forma de chegar aos municípios, alcançar os pequenos empreendedores e abranger maior número de piauienses.

“Atualmente, além dos quatro bancos comunitários em operação, estão sendo implantados mais oito. As cidades contempladas são Monsenhor Gil, União, São Pedro do Piauí, Água Branca, Regeneração, Santo Antônio dos Milagres, Demerval Lobão e José de Freitas”, afirma Carlos Ewerton, enfatizando que, com essas novas unidades, será maior o número de pessoas beneficiadas com o crédito.

Democratização do acesso ao crédito

“De agosto até agora, já investimos mais de R$ 300 mil em crédito via bancos comunitários e a tendência é ampliar o número de pessoas beneficiadas”, declara Ewerton, informando que a atuação dos bancos comunitários é importante, pois os tomadores de crédito são assistidos e orientados a respeito da aplicação e investimentos.

Segundo Mauro, para pessoa física, o teto chega a R$ 5 mil, já o microempresário individual, o crédito pode chegar a R$ 15 mil e o microempreendedor pode adquirir valor de R$ R$ 100 mil, sendo que as empresas têm carência de 24 meses e a pessoa física, carência de 18 meses.
Segundo Luís Carlos Ewerton, essa modalidade de crédito da Piauí Fomento está em destaque. “Até agora a inadimplência é zero”, disse.

“Com essa parceria com bancos comunitários, esse crédito para pequenos e microempreendedores é possível gerar e fazer circular as riquezas nos municípios”, declara o gestor, enfatizando que a agência tem investido em empreendedores que trabalham com a produção de energia solar em pequenas empresas rurais.

“Atuar junto aos bancos comunitários democratizou o acesso ao crédito, atingimos maior número de pessoas”, afirma Ewerton.

Diversificação do crédito e aumento da renda
Os negócios financiados são os mais variados possíveis e vão desde vendedores, agricultores familiares que criam animais, estúdios, lojas. Maria Elizângela da Silva, da cidade de São João do Arraial, é uma das investidoras que foi obteve financiamento junto à Piauí Fomento, por meio do banco comunitário.

“Meu negócio é a criação de galinhas e produção de ovos”, relata, contando que esse foi o seu primeiro crédito obtido na Piauí Fomento e espera realizar outras operações futuras. “Queria ampliar meu negócio, fiz projeto para trabalhar com galinhas e ovos e o resultado tem sido positivo”, declara Elizângela, que esse trabalho é bom e proporciona uma grana extra e necessária para sua família.

Com o dinheiro do financiamento, a produtora comprou as galinhas, a ração, medicamentos e fez a reforma da estrutura. “Está tudo caminhando dentro da normalidade e percebemos que, durante a Semana Santa, foi comercializada boa quantidade de ovos e agora estamos nos preparando para um festival no mês de julho e teremos um stand para vender comida”, diz Silva, enfatizando que será uma boa oportunidade de mostrar o resultado de seu trabalho e ampliar a renda.

Em outra linha de negócios, Alexandre Mendes é também beneficiário dos créditos da Piauí Fomento, por meio do banco comunitário Cocais. “Trabalho com publicidade, impressões, gravações e manutenção de computadores, fazemos panfletos, produção de post e mídias para o comércio da região”, comenta o empreendedor.

Alexandre aprovou a iniciativa da agência em trabalhar com os bancos comunitários e abranger maior número de pessoas. “Gostei demais, é um crédito muito bom para os pequenos, não tem tanta burocracia e atende nossas necessidades”, afirma Mendes, enfatizando que obteve um financiamento de R$ 5 mil que serão devidamente pagos.

“Essa foi a primeira operação de crédito na Piauí Fomento e já percebi os resultados. Melhoramos a estrutura, organizei o espaço, comprei matéria-prima, como papel, tinta. Foi tudo à vista e obtive preço melhor e já percebi o aumento da lucratividade”, diz Alexandre, lembrando que a clientela aprovou as mudanças do empreendimento.

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